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"Há muito tempo que ela não sorria tão espontaneamente. Há muito tempo que ela não sentia tamanha vontade de viver, de ser feliz, de fazer as coisas boas da vida. Não, ela não está apaixonada… ela simplesmente se desapegou das coisas que não lhe faziam bem."

Carinhos Guardados ♥

15 novembro 2011

O populismo Digital



Quem tem uma conta no Facebook já deve ter visto algum daqueles banners raivosos. O mais famoso recentemente foi o que mandava o ex-presidente Lula se tratar pelo SUS. As manifestações na USP renderam outros tantos. Vi um que defendia o espancamento puro e simples dos estudantes que protestavam. E esses spans geralmente dão início a comentários os mais estapafúrdios, não tanto pelos argumentos, que cada um pensa como quer, mas pela incitação à violência. Jovens, profissionais, homens, mulheres, respeitáveis sob todos os aspectos, transformam-se de uma hora para outra em algozes implacáveis à frente de um teclado. Isso me lembra um desenho que vi certa vez do Pateta. Era um sujeito tranquilo, até pegar a direção de um carro: uma face medonha de agressividade então se apresentava, irreconhecível. 
O que está por trás disso? Assim como anos de formação são necessários para uma pessoa se convencer de que não existe algo como "destino", um espírito crítico com tolerância também. Criticar não é sinônimo de condenar, mas de ponderar com base em dados e argumentos. Isso significa deslocar o eixo do pensamento do pessoal e imediato para a busca da verdade. Sim, existe uma verdade. Não é outra a razão para a existência do princípio da liberdade de expressão. Longe de garantir apenas o direito de expor opiniões, expressar-se livremente é uma prerrogativa da sociedade para que a verdade não seja ocultada pelo Estado.
O traço comum dessas manifestações cada vez mais frequentes no mundo digital são suas características populistas. O cerne do populismo é uma política com as próprias mãos. Nada de intermediários. A comunicação é direta e total com o líder carismático, ou com a causa, seja qual for ela no momento. Lula tem fortes conotações populistas e nunca se preocupou em disfarçar isso, fazendo críticas às instituições a torto e a direito. Getúlio, Brizola, Hugo Chaves, Paulo Maluf, todos são exemplos de políticos populistas. Há representantes tanto à direita quanto à esquerda. A presidente Dilma Roussef tem se revelado uma democrata e vem governando de acordo com as regras do jogo, e não deixa de estar angariando respeito crescente por isso.
Causas também podem alavancar populismos. O movimento "Ocupe Wall Street" é claramente populista. Um erro comum é confundir esse tipo de movimento com anarquismo. Enquanto o anarquismo prega o fim de qualquer forma de governo, manifestações populistas buscam a substituição da ordem por descrença nas instituições tradicionais, como o judiciário, os partidos e o parlamento. Terreno fértil para o surgimento de lideranças autoritárias que resolvam as questões na marra. Num primeiro momento, pode parecer tentador. Mas infelizmente a realidade é mais complexa e a história está repleta de arrependimentos.   
Os populistas digitais e de todos os naipes fariam bem em ter em mente esse antigo provérbio judaico:
Cuidado com o que desejas, pois poderás ser atendido.
Site: ass-livre
By: Luiz Fernando 

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